Dizendo de modo simples, podemos dizer que Hagiologia é o estudo sobre os santos. Como disse Pe. Francisco Sadoc, em seu discurso na instalação da Academia Brasileira de Hagiologia (ver: www.hagiologia.org.br), mediante o estudo da Hagiologia, nossa limitada inteligência tenta alcançar as zinas da perfeição humana, até ao mais alto grau aonde possa subir o poder do desenvolvimento ontológico da pessoa. Para obter tal objetivo, faz-se necessário profunda pesquisa que siga em duas direções: uma horizontal, rumo à compreensão da plenitude aberta ao homem para ser ele mesmo, e outra vertical, para chegar ao pleno conhecimento da natureza participativa daquele atributo essencial de Deus, que é a santidade entendida como revelação de sua glória.
A idéia de que a santidade é o atributo identificador da essência divina já foi defendida e explicada pelo gênio oratório do padre Antonio Vieira no célebre sermão, pronunciado em Lisboa, no mosteiro de Odivelas, no dia de Todos-os-Santos do ano de 1644, quando assim proclamou: “é perfeição em Deus por ser eterno, porque eternamente santo; por isso é perfeição o ser imenso, porque é imensamente santo; por isso é perfeição por ser infinito, porque é infinitamente santo; por isso é perfeição o ser onipotente, porque é todo-podoresamente Santo”.
O significado desse atributo é expresso na língua hebraica pela raiz kdsh, que é polissênico e tem forma substantiva (qôdes) e forma adjetiva (qadosh) com sentido básico de separado ou distinto do comum. No uso popular, porém, a palavra incorporou a referência a tudo o que é divino, sagrado, numinoso. Para exprimir estas mesmas idéias, o grego bíblico assumiu o emprego do adjetivo “hágios”.
Tudo o que é santo neste mundo, o é por participação da única santidade de Deus. A santidade dos santos é, portanto, a mesma santidade de Deus por eles participada. Já nos recuados tempos do Levítico, o próprio Deus mandou a Moisés e Aarão que transmitissem tal doutrina aos israelitas: “Eu sou Javé, o Deus de vocês. E vocês foram santificados e se tornaram santos, porque eu sou santo”. (Lv 11,44)
“Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”. (Mt 5, 48).
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
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