domingo, 21 de dezembro de 2008

INSTALAÇÃO DA ACADEMIA MINEIRA DE HAGIOLOGIA

O dia 20/12/2008 ficará marcado na história cultural de Belo Horizonte e de Minas Gerais, pois marca a instalação da Academia Mineira de Hagiologia - AMHAGI. O evento contou com a participação de 22 associados-fundadores e convidados. Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte e Chanceler da AMHAGI, esteve presente e participação da condução da solenidade.
A finalidade da AMHAGI é congregar estudiosos, escritores, intelectuais, estudantes, professores, sacerdotes, religiosos e religiosas e profissionais de diversas áreas que se dediquem ao estudo da vida dos santos e de candidatos à honra dos altares e ao estudo de movimentos messiânicos e das coisas consideradas santas ou sagradas.
Uma academia dedicada aos santos servirá, na verdade, a nós mesmos, não para o desfile de vaidades intelectuais, mas como lugar para aprendermos o caminho que nos leva “Àquele que é fonte de toda a santidade”, como nos ensina a Liturgia.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008



O Natal nasce dentro de nós!


Olavo Romano é uma das grandes personagens da cultura popular do nosso Estado. Pesquisador e folclorista, tem como hábito sair pelo interior de Minas garimpando as maravilhas perdidas do nosso povo, os versos esquecidos, o manancial verterdor de toda mineirice mineral da brasilidade.
Passava a Semana Santa pelo antigo Caminho do Ouro, chegando até a pequena São Gonçalo do Rio das Pedras, rio por onde escoou o diamante da nossa história. Bem-aventurado, conheceu a casa de Dona Geralda, onde havia um lindo presépio montado em plena Semana Santa. Espantou-se com o fato pois, pela tradição, os presépios ficam montados até o Dia de Reis - 6 de janeiro - e depois são recolhidos. Mas, como tudo que é diferente encanta, Olavo está encantado até hoje.
Dona Geralda explicava ao Olavo o porquê da exposição temporã do presépio. Com simplicidade crística contava que estava atendendo ao pedido de uma freira que passara por ali antes, e maravilhada com o presépio da casa de Dona Geralda, pediu a ela que o mantivesse exposto até julho, pois ela iria trazer seus sobrinhos de São Paulo para conhecer aquela maravilha guardada pelas serras de Minas.
O presépio começou a ser montado por Dona Geralda no cantinho do quarto dela. Como ficou muito bonito, ela foi recebendo outros agrados para o Menino Jesus e ali colocando as oferendas. Um, trazia um ovo de inhambu, outro, uma barba-de-pau, uma raiz em forma de cruz e ali ela foi intuitivamente ornamentado, construindo uma beleza de presépio. Com o passar do tempo, o presépio foi crescendo e tomou a metade do quarto dela. Olavo, vendo aquilo, comentou:
- Dona Geralda, se neste ano o presépio ocupou a metade do quarto da Senhora, ano que vem ele vai ocupar o quarto inteiro!...
Ela respondeu:
- É meu filho, ano que vem vou ter que mudar do meu quarto!
Depois de um silêncio reverencial, Olavo Romano voltou à Dona Geralda:
- Dona Geralda, o que que a Senhora pensa em colocar mais aqui no presépio no ano que vem?
- Ah, tem umas luzinhas que piscam, eu queria colocar umas aqui no teto!
- Então a Senhora pensa em colocar umas luzinhas aqui em cima como estrelas e fazer um céu?!
Dona Geralda se espantou, e com um semblante materno virou-se e falou:
- Céu!? Quê que é isso meu filho, Deus me livre; céu aqui, só o firmamento...
O presépio de Dona Geralda foi construído e movido pelo mesmo espírito que São Francisco de Assis criou, no século XIII, o primeiro presépio: reverenciar e adorar a vinda do Menino Jesus. Dona Geralda doou sua casa e seu quarto para construção de um presépio, para algo maior e, como os Três Reis Magos, muitos vieram trazer suas oferendas ao Jesus Cristinho.
Ganhou coisas simples de uma gente simples, fez uma linda obra, que encanta e toca os corações daqueles que ainda acreditam nas coisas deste mundo. É um resgate da tradição, no princípio ordenador da vinda de Cristo, uma lição de amor. Está lá, no interior de Minas, mas universal, iluminado. Tudo que está nele foi doado, de coração. É um centro armazenador da devoção humana.
O Natal dos presépios é um Natal que remonta um cenário cristão, de doação, fé e reverência. Contrário ao Natal do Papai Noel. O Papai Noel é uma personagem criada pela Coca-Cola em 1931, por isso traz suas cores encarnadas, o vermelho e o branco. É um agente descristianizador, patrocinado em todo mundo para apagar a verdadeira imagem do aniversariante, o Menino Jesus. Jesus veio ao mundo como o Filho do Pai, em forma de criança. O Papai Noel diz ser o papai de todas as crianças. Meu Deus, onde esta figura foi colocada.
Sua barriga sugere a gula; o saco cheio, a esnobação; e a sua risada ironiza àqueles que não podem ser seus escolhidos. É uma fraude ao verdadeiro espírito natalino. Cristo nasceu enquanto seus pais viajavam em lombo de mula, mesmo assim entrou na casa de todos. Papai Noel viaja em um lindo trenó puxado por renas e visita a casa de poucos, muito poucos.
Falar que Papai Noel é uma alusão a São Nicolau é uma heresia. São Nicolau era um santo homem, nasceu em 270 e morreu em 342, aos 71 anos. “Fez o bem, sem olhar a quem”. Fundou orfanato, saciou a fome dos pobres, protegeu marinheiros, ladrões e mendigos. Viveu sobre a égide da caridade. Foi perseguido e preso pelos Romanos. Por seu amor ao seu semelhante, tornou-se Santo.
Papai Noel foi criado e financiado por uma empresa multinacional, vive no pólo norte, distante de todas as crianças do mundo e no Natal sai presenteando àqueles que podem comprar sua visita. Não tem pai, mãe, filhos ou amigos. Não posso acreditar nele! É, no máximo, uma paródia de muito mau gosto do nosso santo protetor.
Enquanto escrevo este artigo, acredito que o presépio de Dona Geralda tenha recebido uma nova oferta. Talvez, um anjinho de barro, uma pedrinha reluzente, ou quem sabe até, um Menino Jesus de madeira. Como estou cá, distante dele, deposito nele este texto, esta oferenda ao Menino Jesus, ao Jesus Cristinho - tão lindo, tão menino e tão amado... Que Deus abençoe Dona Geralda, Olavo Romano e todo aquele que vive o Natal dentro e fora, o Natal do criador, do nascimento à manjedoura, o Natal natalino, sem outras palavras: Com a Graça de Deus!!!

Petrônio Souza Gonçalves é escritor e jornalista
http://www.petroniosouzagoncalvs.blogspot.com/

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A ABRHAGI está de luto: faleceu Dom José Coutinho


A Academia Brasileira de Hagiologia - ABRHAGI, sediada em Fortaleza (CE), está de luto. Faleceu o seu presidente de honra, Dom José Bezerra Coutinho. Hojé, 13/11/2008, será celebrado o sétimo dia de sua partida a Casa do Pai.
Dom Coutinho era o mais velho do episcopado brasileiro. Era Bispo Emérito de Estância, Sergipe, e completaria 99 anos no próximo dia 9 de fevereiro.
Dom Coutinho foi ordenado Presbítero dia 03/12/1933 e recebeu a Ordenação Episcopal dia 02/02/1954. Foi uma intensa e rica vida de amor e doação.
Requiescat in Pace Domini!

Dom Coutinho: abençoado de Deus

O grande educador e cronista Rubem Alves diz que procurou uma imagem que representasse a velhice e que fosse, ao mesmo tempo, bela, havendo encontrado esta linda e inspiradora simbologia no pôr-do-sol, no crepúsculo. Neste período crepuscular, diz Alves, a consciência da morte nos torna sábios. É quando tomamos consciência das coisas que são realmente importantes para nós.
Há uma semana Dom José Bezerra Coutinho faleceu. O velório ocorreu na capela construída por ele, a de São José, no bairro Papicu, atrás do Hospital Geral de Fortaleza. O sepultamento, na cripta da Catedral de Fortaleza, precedido de Missa na Catedral presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, concelebrada por outros cinco bispos e sacerdotes, com a participação de tantos amigos e admiradores de Dom Coutinho, trouxe emoção aos que se despediam do grande bispo.
O caixão foi conduzido até a cripta por padres, em procissão, levando Dom Coutinho à sua última morada, com cânticos em latim, constatando-se aqui ou acolá um soluço de saudade, uma lágrima correndo de olhos que não mais veriam o santo homem, com sua trajetória dedicada à causa de Deus.
Alguns dias depois, um amigo, vendo-me entristecido, perguntou-me qual a idade do bispo e eu lhe respondi que era novo: 98 anos! O amigo achou que eu brincava, mas, não. Dom Coutinho não era velho. Era jovem em suas atitudes, em sua vontade de viver e fazer o bem, praticar a caridade, em seu amor ao Criador.
Até bem pouco, mantinha agenda difícil de ser acompanhada por outra pessoa. Conduzia a capelania do Hospital Geral de Fortaleza, levando conforto espiritual a todos os internos naquele hospital e aos seus parentes; celebrava na Capela de São José; assumia suas funções de Vigário Geral da Arquidiocese de Fortaleza; brindava-nos com sua sabedoria nas reuniões mensais da Academia Brasileira de Hagiologia, da qual foi o grande incentivador e primeiro Presidente de Honra. A nada lhe faltava tempo. Estava sempre feliz, sorridente, pois, em Deus, achava sua felicidade, seu contentamento.
A Escritura Sagrada diz que Deus fez o homem reto e Dom José Coutinho, desde sua infância vivida em Capistrano, Independência, Crateús e Sobral, à juventude, passada nos estudos no Seminário, preparando-se para o sacerdócio, e até à maturidade, cumprida entre o sacerdócio e episcopado, não abandonou a retidão. Em todas suas atitudes, fosse enquanto estudante; sacerdote ou bispo; observamos que Dom Coutinho, foi um homem reto, íntegro.
Dom Coutinho incorporou aquele versículo de Deuteronômio (28,8): “O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o Senhor teu Deus”.
Foi um homem abençoado e irradiou bênçãos por onde passou. No dia em que o Calendário da Igreja Católica celebra a Memória Litúrgica de três de seus grandes bispos que alcançaram a santidade: São Wilibrordo, São Prosdócimo, Santo Enguelberto, Deus chamou para junto de Si, Dom José Coutinho. Recordando as confortantes palavras do Frei Francisco Lopes, a mim dirigidas em relação ao amado pastor, Dom Coutinho foi premiado com a coroa da glória do Justo Juiz, após ouvir do Pai: “vem servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor!”
Até mesmo os santos celebrados no dia de seu retorno à Casa do Pai, refletem sua vida, sua trajetória, senão vejamos:
São Wilibrordo, primeiro bispo de Frísia, aclamado o “Apóstolo dos Frisões”. Faleceu com idade bem avançada e sua festa, ocorre em 7 de novembro, data de sua morte, sendo uma das mais celebradas em toda a Holanda.
São Prosdócimo, bispo italiano, morreu naturalmente, carregado de merecimentos e de idade. O seu culto ainda é vigoroso, sendo venerado pelos fiéis, que rezam por sua paternal intercessão nas situações de aflição e desânimo. A Igreja confirmou a sua celebração e, no calendário litúrgico, são Prosdócimo deve ser homenageado no dia 7 de novembro.
Santo Enguelberto. Sagrado bispo de Colônia. Durante seu mandato, as portas do palácio do arcebispado estiveram sempre abertas à população acorria constantemente ao bispo nas mais variadas situações.
Dom José Bezerra Coutinho era ainda muito jovem. Fez muito, desempenhou a contento todos os encargos a ele confiados, multiplicou os talentos e “recebeu a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação” (Salmo 24,5).
Lembro-me de uma tão linda demonstração de sua fé a uma amiga comum que lhe perguntara se ele acreditava na vida eterna e Dom Coutinho, sem titubear, em sua sabedoria adquirida com o passar dos anos, afirmou que sim. Era a certeza maior que o acompanhava. Sua fé inquebrantável não fraquejou e temos nele mais um santo a interceder por nós na glória de Deus. Isto nos conforta nessa sua despedida.

José Luís Lira (Da Academia Brasileira de Hagiologia)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

AMHAGI - ACADEMIA MINEIRA DE HAGIOLOGIA

No dia 15 de outubro de 2008, memória litúrgica de Santa Tereza de Ávila, na sede da Academia Mineira de Letras, Rua da Bahia nº 1466, em Belo Horizonte, Minas Gerais, foi fundada a Academia Mineira de Hagiologia – AMHAGI. E ontem, dia 20 de dezembro de 2008, foi feita sua instalação solene.O objetivo da nova Academia é congregar estudiosos, sacerdotes, religiosos e religiosas, escritores, intelectuais, estudantes, professores e profissionais de diversas áreas que se dediquem ao estudo da vida dos santos e de candidatos à honra dos altares; ao estudo de movimentos messiânicos e ou, ainda, das coisas consideradas santas ou sagradas. A AMHAGI é a segunda instituição existente no Brasil com esse objetivo. A primeira é a Academia Brasileira de Hagiologia – ABRHAGI, sediada em Fortaleza/CE.
A primeira Diretoria da Academia Mineira de Hagiologia ficou assim constituída:
Presidente de Honra: Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo
Chanceler: Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Presidente: Pe. Ismar Dias de Matos
Vice-Presidente: Professor Herbert Sardinha Pinto
Secretário-Geral: Jornalista Petrônio Souza Gonçalves
1º Secretário: Dr. Anacleto Falci
Tesoureiro-Geral: Jornalista José Vicente de Andrade
1º Tesoureiro: Professora Simone de Oliveira.

Veja o quadro completo dos associados (atualizado em 24/11/2008)

Cadeira 01 – Patrono: Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho
Associado: Pe. Ismar Dias de Matos

Cadeira 02 – Patrono: Santo Afonso Maria de Ligório
Associado: Prof. Herbert Sardinha Pinto

Cadeira 03 – Patrono: São João Batista
Associado: Jornalista Petrônio Alves de Souza

Cadeira 04 – Patrono: São Francisco de Assis
Associado: Dr. Anacleto Falci

Cadeira 05 – Patrono: Beato Padre Eustáquio
Associado: Jornalista José Vicente de Andrade

Cadeira 06 – Patronesse: Serva de Deus Floripes Dornellas de Jesus (Lola)
Associada: Professora Simone G. de Oliveira

Cadeira 07 – Patronesse: Serva de Deus Francisca de Paula de Jesus Isabel (Nhá Chica) Associada: Ir. Sandra Aparecida Gontijo

Cadeira 08 – Patronesse: Santa Clara
Associado: Prof. Fábio Adriano de Queiroz

Cadeira 09 – Patrono: Bem Aventurado Monsenhor Luigi Biraghi
Associado: Prof. Edmar Avelar de Sena

Cadeira 10 – Patronesse: Madre Tereza de Calcutá
Associado: Nilson Ferreira de Souza

Cadeira 11 – Patronesse: Serva de Deus Madre Serafina Farolfi
Associada: Ir. Carmem Rodrigues

Cadeira 12 – Patrono: São José, Esposo da Virgem Maria
Associada: Professora Ignez Mourão da Silva Rodrigues

Cadeira 13 - Patrono: São Pio de Pietrelcina
Associado: Prof. José Renato de Castro César

Cadeira 14 - Patrono: São Bento
Associado: Prof. Rodrigo Coppe Caldeira

Cadeira 15 - Patrono: Beato Papa João XXIII
Associado: Prof. Wilian Ramos Marcos

Cadeira 16 - Patronesse: Santa Tereza de Ávila
Associada: Dra. Maria do Carmo Valente Duarte Ferreira

Cadeira 17 - Patrono: Servo de Deus Papa João Paulo II
Associada: Professora Lêda Motta Balsamão

Cadeira 18 - Patrono: Santo Agostinho
Associado: Dr. Bernardino Godinho Campos

Cadeira 19 - Patrono: São Cirilo de Jerusalém
Associado: Pe. Dr. Lindomar Rocha Mota

Cadeira 20 - Patrono: Santo Antônio Maria Claret
Associada: Professora Dra. Anísia de Paulo Figueiredo

Cadeira 21 - Patronesse: Santa Rita de Cássia
Associada: Jornalista Maria Mazzarelo Rodrigues

Cadeira 22 - Patronesse: Santa Terezinha do Menino Jesus
Associada: Professora Maria Madalena Loredo Neta

Cadeira 23 - Patrono: Santo Tomás de Aquino
Associado: Professor Magno Marciete do Nascimento Oliveira

Cadeira 24 - Patrono: São João Leonardo

Associado: Dr. José Leonardo Costa Monteiro

Cadeira 25 - Patronesse: Santa Edith Stein

Associado: Professor Maurício Cruz

ASSOCIADOS HONORÁRIOS

1 - Dr. José Luís Araújo Lira, Fortaleza - CE

2 - Dra. Matusahila de Souza Santiago, Fortaleza - CE

3 - Dra. Gizela Nunes Costa, Fortaleza - CE

ASSOCIADOS CORRESPONDENTES:

1) Nilza Botelho Megale, POÇOS DE CALDAS -MG, Brasil.

2) Isabel Lago Barbosa, MATOSINHOS - Portugal.

3) Fabiano Ferreira Leite, Padre. PEABODY, MA - Estados Unidos da América.

ASSOCIADOS COLABORADORES:

1) Dep. Eros Biondini - Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo prometeu, durante a sessão de instalação, uma sede para a AMHAGI na Serra da Piedade, junto ao Santuário Estadual de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de nosso estado de Minas Gerais e de nossa Academia. Muito obrigado, Dom Walmor.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

CONGREGAÇÃO PARA AS CAUSAS DOS SANTOS

O Santo Padre Bento XVI, no dia 9 de julho de 2008, aceitou a renúncia do cardeal José Saraiva Martins como prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e, em seu lugar, nomeou Dom Angelo Amato (veja foto), arcebispo titular de Sila e até agora secretário da Congregação para a Doutrina da Fé.
Dom Angelo Amato, salesiano, nasceu Molfetta (Itália), em 8 de junho de 1938. É sacerdote desde 1967, e nos anos 70 viveu durante um longo período na Grécia, onde aprofundou na teologia e espiritualidade ortodoxas.
Em 2002 foi nomeado por João Paulo II secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, onde trabalhou com o então cardeal Ratzinger. Foi também vice-reitor da Universidade Pontifícia Salesiana.

A Congregação para as causas dos santos

A Congregação começou em 22 de janeiro de 1588, quando Sisto V criou a Sagrada Congregação dos Ritos e lhe confiou a tarefa de regular o exercício do culto divino e de estudar as causas dos Santos. Paulo VI, com a Constituição Apostólica «Sacra Rituum Congregatio», de 8 de maio de 1969, dividiu a Congregação dos Ritos, criando assim duas Congregações, uma para o Culto Divino e outra para as Causas dos Santos.
João Paulo II, com a constituição apostólica «Pastor Bonus», de 28 de junho de 1988, deu-lhe a fisionomia que tem hoje.
Segundo estabelece o artigo 71 da constituição, a Congregação «assiste com normas especiais e com conselhos oportunos os bispos diocesanos, aos que compete a instrução da causa».
Também, diz o artigo 72, «pondera atentamente as causas já instruídas, vendo se tudo se realizou segundo a norma da lei. Indaga a fundo as causas assim examinadas, com o fim de julgar se são cumpridos todos os requisitos para que se submetam ao Sumo Pontífice os votos favoráveis, de acordo com os graus das causas anteriormente estabelecidos».
O artigo 73 estabelece que também «corresponde à Congregação examinar a concessão do titulado de doutor aos santos, depois de ter obtido o parecer da Congregação da Doutrina da Fé, no que se refere à doutrina eminente».
Por último, a constituição estabelece que «lhe corresponde também dizer sobretudo o referente à declaração da autenticidade das sagradas relíquias e à sua conservação».

50 anos de João 23


O ano de 2008 traz muitas evocações históricas. Neste início de novembro recordamos mais uma. No dia 04 se completam 50 anos da posse do papa João 23. Já tinha sido uma surpresa a sua eleição, concluída no dia 28 de outubro de 1958, depois de vários dias de fumaça preta, indicando a dificuldade do conclave em escolher o substituto de Pio XII. Eleito o Cardeal Ângelo Roncalli, o novo papa propôs sua posse para o dia 04 de novembro, uma terça-feira.Na época ninguém deu importância a este capricho de João 23, de tomar posse num dia de semana, numa terça-feira, na festa de S. Carlos Borromeu. Depois, com a convocação do Concílio, se começou a desvendar o enigma, que ajuda a compreender por que seu pontificado foi tão fecundo e tão eficaz. O novo papa, que parecia um simples bonachão, entendia muito bem de história, e tinha um apurado senso das estratégias a seguir para plantar fatos que fazem andar a história.Acontece que João 23 tinha sido professor de história da Igreja, e tinha estudado particularmente a vida e a obra de S.Carlos Borromeu, bispo que tinha se dedicado a implementar o Concílio de Trento, no século 16. João 23 entendia de concílios. E ele intuiu que estava na hora de fazer mais um. Mas para fazê-lo, era preciso agir com estratégia. Foi o que ele fez, desde o momento de sua posse.Passados 50 anos, emerge agora com mais evidência a lucidez de João 23, e a sua agilidade em viabilizar seus planos. E´ comum atribuir a uma inspiração de Deus o anúncio do concílio, feito pelo novo papa no dia 25 de janeiro de 1959, três meses depois de eleito. È verdade. Mas a inspiração de Deus, como sempre, passa por mediações humanas. Desta vez a mediação foi um papa simples, bondoso, tradicional, mas muito esperto. Soube se antecipar às resistências, criando um fato consumado, e desencadeando um processo que ninguém mais ousaria deter. Foi assim que nasceu o Concílio Vaticano II.De fato, ainda na fase de fixação de sua imagem de papa, João 23 foi convidado a concluir, na Basílica de São Paulo, a semana de orações pela unidade dos cristãos. Ele intuiu que era a oportunidade de traçar as linhas mestras do seu pontificado. Mas não quis se dirigir só ao seleto grupo de cardeais que com ele estariam na basílica. Antes de falar aos cardeais, colocou ao alcance dos jornalistas a informação sobre os planos que anunciaria. De tal modo que, concluída a celebração, enquanto os cardeais ainda se refaziam da surpresa, a notícia de um novo concílio já estava percorrendo o mundo. E ninguém mais iria detê-la.Sabe-se agora que Pio XII também tinha pensado em convocar um concílio. E tinha nomeado, secretamente, uma comissão para analisar sua oportunidade. Passaram-se os anos, morreu o Papa, e o concílio nem foi mencionado.Mas João 23 fez diferente. Aproveitou um momento simbólico, e abriu o jogo. Suscitou a dinâmica que desde o tempo dos apóstolos vem conduzindo os passos da Igreja. O Espírito vai à frente de nossas decisões, e mostra na realidade os rumos que a Igreja precisa seguir. Assim aconteceu com João 23. Na adesão entusiasta à sua proposta de um novo concílio, todos puderam perceber que se tratava de uma iniciativa que contava com a graça de Deus.A memória dos 50 anos do pontificado de João 23, e a lembrança do seu desembaraço em integrar iniciativas humanas com inspirações divinas, nos coloca o sério desafio de perceber os sinais dos tempos, para neles inserir nossa ação humana, com estratégias adequadas para sua eficácia. Sobretudo para aplicar agora as decisões deste Concílio que João 23 soube tão bem desencadear. Para que não aconteça de serem abortados os planos de Deus por causa de nossa imperícia humana, deixando que as resistências sufoquem a renovação eclesial proposta pelo Vaticano II.(http://www.diocesedejales.org.br/) Dom Demétrio Valentini, Bispo de Jales, São Paulo.
Obs: O Beato Papa João XXIII é patrono da cadeira 15 de nossa Academia Mineira de Hagiologia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ESTATUTO DA ACADEMIA MINEIRA DE HAGIOLOGIA

CAPÍTULO I
DA FUNDAÇÃO, DENOMINAÇÃO, SEDE, DURAÇÃO E FINALIDADE

Art. 1º - A Academia Mineira de Hagiologia – AMHAGI – é associação civil, de caráter cultural e científico, não governamental, sem fins lucrativos, com sede no município de Belo Horizonte, Minas Gerais, funcionando provisoriamente no Palacete Borges da Costa, situado na Rua da Bahia nº 1466, sede da Academia Mineira de Letras, e com jurisdição em todo o território do estado de Minas Gerais. Fundada em 15 de outubro de 2008, reger-se-á por este Estatuto, pelo seu Regimento Interno, a ser aprovado posteriormente, e na forma da Legislação Pátria que rege a matéria.
§ 1º - A AMHAGI não tem caráter político-partidário, nem adota qualquer discriminação, notadamente nos aspectos de religião, de sexo, de cor ou de raça.
§ 2° - A instituição não distribuirá lucros e dividendos.
§ 3º - A AMHAGI existirá por tempo indeterminado, de acordo com a vontade de seus associados e em conformidade com o Art. 24.

Art. 2º - A AMHAGI tem como finalidades:
I - congregar estudiosos, escritores, intelectuais, estudantes, professores, sacerdotes, religiosos e religiosas e profissionais de diversas áreas que se dediquem ao estudo da vida dos santos e de candidatos à honra dos altares; ao estudo de movimentos messiânicos e das coisas consideradas santas ou sagradas;
II - proporcionar maior aproximação dos associados com os órgãos públicos municipais, estaduais e federais, visando a atender os objetivos da Academia;
III - realizar pesquisas que visem ao desenvolvimento da cultura e da ciência, no tocante à divulgação de seu objeto de estudo;
IV - estabelecer relações com outras entidades culturais afins, procurando fortalecer a relação de seus propósitos e finalidades;
V - publicar e editar livros, revistas e jornais de interesse científico-cultural, e promover cursos, seminários e palestras conforme os propósitos e finalidades da AMHAGI;
VI – criar e manter sítios eletrônicos com material relativo à AMHAGI e suas finalidades;
VII - homenagear e distinguir personalidades, associadas ou não, instituições e órgãos governamentais, que prestarem relevantes serviços à entidade e à cultura do País.

Art. 3º - Para a realização de suas finalidades poderá a AMHAGI:
I - contratar serviços de entidades, de organismos e de profissionais especializados;
II - manter intercâmbio e convênio com os poderes públicos constituídos, com entidades congêneres, e outras que desenvolvam atividades afins, visando à consecução de projetos e programas que possibilitem um melhor atendimento a seus beneficiários.

CAPÍTULO II
DO QUADRO SOCIAL E DOS DIREITOS E DEVERES DOS ASSOCIADOS

Art. 4º - A AMHAGI compõe-se de 40 (quarenta) associados fundadores; associados efetivos; associados honorários; associados correspondentes; associados colaboradores e personalidades agraciadas com comendas.
§ 1º - O quadro social da AMHAGI será constituído por pessoas maiores de 18 (dezoito) anos, interessados no bom funcionamento e desenvolvimento da instituição.
§ 2º Os associados serão classificados nas seguintes categorias:
I – Associados Fundadores: pessoas físicas que participarem da fundação e da instalação da AMHAGI, até o número de 40 (quarenta);
II - Associados Efetivos: pessoas físicas que forem eleitas, após a fundação e instalação da AMAGHI;
a – Os Associados Efetivos serão eleitos na vacância de cadeira de Associado Fundador;
b- Os Associados Efetivos serão eleitos pela maioria dos associados com direito a voto;
III - Associados Honorários: pessoas físicas que forem agraciadas com título por escolha da Diretoria e que hajam prestado relevantes e excepcionais serviços ou tenham efetivado doações de grande valia à instituição ou, ainda, o Associado Efetivo, a requerimento deste, com apreciação e o aprove-se da Assembléia.
IV - Associados Correspondentes: pessoas físicas que residam fora do estado de Minas Gerais e forem eleitas, observadas as disposições deste Estatuto e do Regimento Interno;
V - Associados Colaboradores: pessoas físicas ou jurídicas, cujos nomes serão aprovados pela Diretoria, que colaborarem mediante contribuições financeiras e doações, e, principalmente, com as atividades culturais da AMHAGI.
VI – Conselheiros Consultivos: só poderão integrar o Conselho Consultivo Associado Fundador, Associado Efetivo, ou pessoa indicada pela Diretoria, com a vacância de uma das 5 (cinco) cadeiras que reza o art. 14, tendo a aprovação da Assembléia Geral.
§ 3º – Os associados mencionados nos incisos I, II, III e V serão diplomados e empossados solenemente;
§ 4º – Os associados mencionados no inciso IV serão diplomados e só serão empossados solenemente mediante manifestação escrita do associado;
§ 5º - As admissões de novos associados obedecerão às regras contidas no artigo 7º deste Estatuto.
§ 6º - As 40 (quarenta) cadeiras de fundadores terão patronos ou patronesses perpétuos, ligados ao objetivo da Academia, cujos nomes, de santo ou santa, de figura messiânica ou de candidato à honra dos altares, serão escolhidos pelos primeiros ocupantes de cada cadeira.
§ 7º - Para garantir o pleno funcionamento da Academia, 50 % (cinqüenta por cento) de seus associados fundadores e/ou efetivos residirão onde se localiza a sede da AMHAGI. Os demais associados fundadores e efetivos, ou seja, 50% (cinqüenta por cento) residirão em outras cidades do estado de Minas Gerais, para garantir a abrangência estadual.

Art. 5º - São direitos dos associados:
I - usufruir os benefícios prestados pela instituição ou órgão conveniado, independentemente da categoria a que venham pertencer;
II - votar e ser votado;
III - participar das Assembléias Gerais com direito à voz e a voto;
IV - opinar sobre os trabalhos desenvolvidos pela AMHAGI;
V - com a maioria de 2/3 (dois terços), solicitar a convocação da Assembléia Geral.
§ 1º - Os Associados Colaboradores e Associados Correspondentes terão direito a voz, porém não participarão das Assembléias Gerais e não terão direito a voto nas eleições para a sucessão de titular de cadeira na qualidade de Associado Efetivo, e para os cargos da Diretoria.
§ 2º - Os associados poderão, a qualquer tempo, desligar-se da AMHAGI mediante pedido formal e escrito, dirigido à Diretoria, fundamentando suas razões.

Art. 6º - São deveres dos associados:
I - cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto e as resoluções aprovadas;
II – comparecer às sessões ordinárias, solenes e extraordinárias da AMHAGI, salvo motivo de força maior com comunicação à Diretoria;
III – contribuir financeiramente com a entidade em valores a serem estipulados pela Diretoria e aprovados pela Assembléia Geral.
§ 1º - Para que seja justificada a ausência mencionada no inciso II deste artigo, o associado poderá fazê-lo por qualquer meio hábil até o limite máximo de 30 (trinta) dias, sendo que o fato deverá constar, obrigatoriamente, na ata da sessão imediatamente posterior à falta.
§ 2º - São isentos das contribuições os Associados Correspondentes e os agraciados por comendas.
§ 3º - Os associados não respondem, solidária ou subsidiariamente, por obrigações assumidas e contraídas pela instituição, salvo os membros da Diretoria, por atos praticados com abuso de poder.
§ 4º - O desligamento de associado por iniciativa da AMHAGI, que só ocorrerá pela aprovação de 2/3 (dois terços) da Assembléia Geral, se dará:
a- pelo descumprimento reiterado das disposições estatutárias;
b- pela infração do Regimento Interno ou Resoluções aprovadas.

Art. 7º - Ressalvando-se os associados fundadores, para ingresso na instituição, além do contido no § 1º do artigo 4º, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos:
I - havendo vaga, para concorrer à eleição, requerer sua inscrição por escrito, acompanhada de Curriculum Vitae comprovado, de lista de publicações ou estudos relacionados com os objetivos da Academia, bem como cópias das ditas publicações;
II - ter sua proposta aprovada pela maioria absoluta dos associados fundadores ou efetivos da AMHAGI, ou seja, será eleito aquele candidato que obtiver 21 (vinte e um) votos.
Parágrafo Único - O edital determinando as datas de inscrição e eleição será afixado no quadro de avisos da entidade, divulgado eletronicamente e pelos Correios.

CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA

Art. 8º - São órgãos da AMHAGI:
I - A Assembléia Geral;
II - A Diretoria;
III - O Conselho Consultivo.

TÍTULO I
DA ASSEMBLÉIA GERAL

Art. 9 - A Assembléia Geral é soberana, constituída por todos os associados com direito a voto e se reunirá:
I - ordinariamente, no penúltimo dia útil do mês de novembro de cada exercício, para apreciar e aprovar o relatório de prestação de contas do exercício findo, fixação do programa e de plano de trabalho para o exercício seguinte;
II - eleitoralmente, de dois em dois anos, para a escolha do Vice-Presidente, do Secretário Geral, do 1º Secretário, do Tesoureiro Geral, do 1º Tesoureiro, e confirmação do Presidente, conforme previsto no art. 11;
III - extraordinariamente, sempre que for convocada pela Diretoria, ou por dois terços dos associados, em dia com suas obrigações associativas, para deliberar sobre qualquer assunto de interesse da AMHAGI.

TÍTULO II
DA DIRETORIA E DOS CONSELHOS

Art. 10 - A AMHAGI é composta por uma Diretoria, eleita para um mandato de dois anos, permitida única recondução para o mesmo cargo.

Art. 11 - A Diretoria é composta por um Presidente de Honra, vitalício, escolhido pela Assembléia Geral; um Chanceler, vitalício, escolhido em Assembléia Geral; um Presidente, cuja escolha obedecerá a rodízio entre os membros da AMHAGI, de acordo com o número de sua cadeira, obedecendo à ordem crescente, podendo o acadêmico abdicar da indicação em favor do acadêmico imediatamente seguinte e assim sucessivamente; um Vice-Presidente; um Secretário Geral e um 1º Secretário; um Tesoureiro Geral e um 1º Tesoureiro, escolhidos em Assembléia Geral Eleitoral, convocada especialmente para este fim.
Parágrafo Único - Os membros da Diretoria serão escolhidos e votados dentre os associados com direito a voto.

Art. 12 - Compete à Diretoria:
I - executar os programas aprovados pela Assembléia Geral;
II - coordenar todas as atividades da Academia e distribuir tarefas entre os associados;
III - criar e manter departamentos visando ao cumprimento dos objetivos gerais da instituição, indicando um Diretor para cada departamento que venha a criar;
IV - reunir-se extraordinariamente, mediante convocação do Presidente ou dos demais membros da Diretoria;
V - reunir-se ordinariamente, no mínimo uma vez por trimestre, para distribuir responsabilidades, planejar atividades e prestar informações, devendo o Presidente, ao convocar a reunião, fazê-lo com uma antecedência de, no mínimo, 72 (setenta e duas) horas de sua realização.

Art. 13 - Compete aos Membros da Diretoria:
I - Ao Presidente de Honra: dar posse ao Presidente e aos demais membros da Diretoria e, sempre que se encontre presente às solenidades, compor a Mesa Diretora dos trabalhos, em local de honra.
II- Ao Chanceler:
A – representar a AMHAGI junto à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – em nível regional e nacional;
b – representar a AMHAGI junto à Santa Sé;
c – Auxiliar a AMHAGI no diálogo inter-religioso;
d – compor a Mesa Diretora dos trabalhos.
III - Ao Presidente:
a) representar a entidade, ativa e passivamente, em juízo ou fora dele;
b) presidir as reuniões da Diretoria, as Sessões Ordinárias e as Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias e fiscalizar a execução de todas as resoluções;
c) convocar, juntamente com o Secretário Geral, a Assembléia Geral;
d) orientar as diversas atividades programadas, e devidamente aprovadas pela Diretoria, e postas em execução;
e) abrir, movimentar e encerrar contas bancárias, emitir ou endossar cheques, assinando, juntamente com o Tesoureiro Geral, todos os documentos que envolvam movimento financeiro da entidade;
f) supervisionar os profissionais necessários à realização dos serviços e atividades da entidade;
g) assinar contratos, convênios com entes públicos e instituições privadas, desde que aprovados pela Diretoria;
h) representar, como donatário, a entidade em quaisquer escrituras, contratos ou documentos relativos a bens, coisas ou direitos que forem doados à instituição;
§ 1º - Nas faltas e impedimentos do Presidente assumirá a Presidência o Vice-Presidente que, em tudo, funcionará como colaborador na administração dos serviços da entidade, sem nenhuma ressalva, desde que em comum acordo com os demais membros da Diretoria.
IV - Ao Vice-Presidente: auxiliar o Presidente no exercício de suas funções e substituí-lo em sua falta ou impedimento;
V - Ao Secretário Geral:
a) superintender os serviços da Secretaria, organizar o arquivo e mantê-los atualizados;
b) redigir e assinar, com o Presidente, ofícios e demais correspondências da entidade.
VI- Ao 1º Secretário:
a) secretariar as Assembléias Gerais e as Sessões da Diretoria e dos Conselhos, redigir e assinar, com o Presidente as respectivas atas;
b) receber e processar as propostas de candidatos ao quadro associativo da entidade, encaminhando-as para as providências cabíveis e aprovação.
§ 2º - Nas faltas e impedimentos do Secretário Geral este será substituído pelo 1º Secretário, que, em tudo, funcionará como colaborador nos serviços de secretaria da AMHAGI.
VII - Ao Tesoureiro Geral:
a) manter em ordem a contabilidade, e rigorosamente em dia a escrituração contábil;
b) assinar, juntamente com o Presidente, cheques e outros documentos que resultem em responsabilidade financeira para a entidade;
c) controlar toda a arrecadação da entidade;
d) coordenar as campanhas financeiras;
e) organizar, anualmente, o Balanço Patrimonial e Financeiro da instituição, com demonstração da receita e da despesa, para a aprovação pela Assembléia Geral;
VIII – Ao 1º Tesoureiro: auxiliar o Tesoureiro Geral e substituí-lo em suas faltas ou impedimentos;

Art. 14 - O Conselho Consultivo será composto por, no mínimo, cinco membros e acompanhará todos os trabalhos da Assembléia Geral e da Diretoria da AMHAGI.
§ 1º - Os conselheiros serão eleitos pela Assembléia Geral;
§ 2º - Ao Conselho Consultivo serão incorporados, na condição de membros natos, os ex-presidentes da AMHAGI.
§ 3º - As substituições dos conselheiros só se darão por falecimento de titular, observada a necessidade de o substituto ser pertencente ao quadro de associados fundadores ou efetivos e ter a sua aprovação em reunião da Diretoria com a participação dos demais conselheiros.

CAPÍTULO IV
DAS SESSÕES

Art. 15. As sessões da AMHAGI serão:

I – Ordinárias: serão realizadas a cada três meses, conforme Art. 12, V;
II – Solenes: serão realizadas para a posse de novos associados e posse de nova Diretoria;
III – Especiais: serão destinadas às eleições e à apresentação de estudos e trabalhos de autoria dos associados ou convidados;
IV – Extraordinárias: serão realizadas por convocação especial da Diretoria, conforme Art. 12,

CAPÍTULO V
DAS ELEIÇÕES

Art. 16 - A eleição para a escolha da Diretoria ocorrerá de dois em dois anos, em sessão especial, devendo acontecer com antecedência mínima de 30 (trinta) dias do término do mandato da Diretoria em exercício.
§ 1° - A eleição será precedida de convocação da Assembléia Geral Eleitoral, por meio de Edital, com a indicação da data, hora de início, e término e local da sua realização.
§ 2° - O Edital a que se refere o parágrafo anterior será enviado aos associados eletronicamente, pelos Correios e também será afixado no quadro de avisos da entidade;
§ 3º - O direito de voto, no caso específico da escolha da Diretoria, é assegurado aos acadêmicos fundadores e efetivos.
§ 4º - O processo eleitoral será regulamentado pelo Regimento Interno da AMHAGI.
§ 5º - A posse da nova Diretoria será feita em sessão solene, no último mês em que findar o mandato da Diretoria em exercício, conforme Art. 15, inciso II.

Art. 17 - Vaga a cadeira de associado fundador ou efetivo, por falecimento, somente após 30 (trinta) dias após a certificação do óbito se abrirá o processo eletivo.
Parágrafo Único - Presidirá as eleições o Presidente da AMHAGI.

CAPÍTULO VI
DO PATRIMÔNIO E RECURSOS FINANCEIROS

Art. 18 - O patrimônio da AMHAGI será constituído por bens móveis e imóveis que possua ou venha a possuir, por donativos, legados, subvenções dos poderes públicos, por contribuições mensais dos associados, por doações de terceiros, e por rendas de promoções sociais e culturais.

Art. 19 - A totalidade das rendas apuradas será aplicada em benefício da AMHAGI e no cumprimento de suas finalidades, ficando, assim, o saldo verificado no final do exercício financeiro destinado ao cumprimento das metas estatutárias.

Art. 20 - Os bens e direitos da entidade deverão ser utilizados somente para realizar os objetivos da AMHAGI, permitida a reserva de uns e outros para a obtenção de rendas destinadas aos mesmos fins, mas sempre se observando o Art. 2° deste Estatuto.

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 21 - Os Associados não respondem, subsidiariamente, pelas obrigações da entidade, mas somente pelos atos que por culpa ou dolo praticarem; os membros da Diretoria respondem por excesso de mandato e pela inobservância da lei.

Art. 22 - A AMHAGI será instalada com um mínimo de 30% (trinta por cento) dos associados fundadores, previstos no Art. 4º deste Estatuto.

Art. 23 – A AMHAGI conferirá diploma e medalha aos associados mencionados no Art. 4º, § 3º, ressalvando-se a hipótese dos associados mencionados no Art. 4º, § 4º.

Art. 24 - A Entidade será extinta por vontade de, no mínimo, dois terços de votantes da Assembléia Geral, ou em decorrência de sentença transitada em julgado.

Art. 25 - Em caso de dissolução da entidade, os bens só poderão ser doados para entidade congênere.

Art. 26 - Para a reforma do presente Estatuto, exigir-se-á a participação de, pelo menos, 2/3 (dois terços) dos associados fundadores e efetivos da entidade.

Art. 27 - Os casos não previstos ou omissos neste Estatuto serão encaminhados a deliberação da Assembléia Geral.

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 28 - A primeira administração formada pela Diretoria será eleita e empossada na Assembléia Geral de Constituição da AMHAGI, que se realizará no dia 15 do mês de outubro de 2008, para um mandato de dois anos, permitida única recondução para o mesmo cargo.

Art. 29 - A instalação solene da AMHAGI será no dia 20 de dezembro de 2008, e acontecerá na sede provisória de que fala o Art. 1º.
§ 1º - A data de instalação da AMHAGI deverá ser comemorada anualmente em sessão solene.
§ 2º - A Academia terá como patronesse Nossa Senhora da Piedade, padroeira do estado de Minas Gerais.

Art. 30 - A AMHAGI adotará um brasão, constituído por uma coroa de louros verdes, tendo por pano de fundo a denominação completa: Academia Mineira de Hagiologia e, ainda, a primeira e a última letra do alfabeto grego, Alfa e Ômega, sobre um triângulo vermelho.

Art. 31 - O presente Estatuto entrará em vigor a partir de sua aprovação pela Assembléia Geral de constituição da AMHAGI.

Art. 32 – O presente Estatuto será registrado no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.

Art. 33 - O Regimento Interno da Academia deverá ser elaborado e aprovado dentro de 120 (cento e vinte) dias, a contar da realização da Assembléia Geral de sua Constituição.

Art. 34 - Enquanto não for tomada a providência constante do artigo 33, a instituição se regerá por normas emanadas da Diretoria eleita na Assembléia Geral de Constituição.

Belo Horizonte, Minas Gerais, memória litúrgica de Santa Tereza de Ávila, 15 de outubro de 2008, Ano Paulino, instituído por S.S Bento XVI.

Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo – Presidente de Honra
Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Chanceler
Pe. Ismar Dias de Matos – Presidente
Prof. Herbert Sardinha Pinto – Vice-Presidente
Jorn. Petrônio Alves de Souza – Secretário-Geral
Dr. Anacleto Falci – 1º Secretário
Jorn. José Vicente de Andrade – Tesoureiro-Geral
Professora Simone G. de Oliveira – 1º Tesoureiro

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Atas dos Santos ou Acta Sanctorum (1ª parte)

As Atas dos Santos são a maior recompilação de vidas e dados relativos aos santos, conforme a ordem do calendário, e foram reunidas e publicadas por um grupo de jesuitas, agrupados em uma associação chamada “os bolandistas”, em referência ao nome do fundador, Jean de Bolland. Publicamos, aquí, um texto retirado da Wikipedia, em español, dividido em duas partes: http://es.wikipedia.org/wiki/Actas_de_los_santos

História
La idea inicial, partió del padre H. Rosweyde, de Amberes, que concibió el proyecto de investigar sistemáticamente y publicar las vidas manuscritas de los mártires y santos, desconocidas en su mayor parte y dispersas en diversas bibliotecas de Bélgica y de toda Europa. Con este fin, trazó las líneas de trabajo y el plan a seguir en un opúsculo titulado Fasti sanctorum quorum vitae in Belgicis bibliothecis manuscriptae asservatur, en 1607. Esta obra, junto con la publicación de un conjunto de vidas de monjes (Vitae patrum en 1615), extraídas de 25 manuscritos y cotejadas con 20 ediciones conocidas en aquel momento, son consideradas como la primera piedra de las actas de los santos. A raíz de la muerte del padre Rosweyde, acaecida en 1629, el padre Jean Bolland reemprendió la labor, modificando el proyecto de su predecesor, al extender el estudio a los santos de los que, no poseyendo textos biográficos, se pudiera contar con testimonios acerca de su culto. Desechó además la idea de publicar las vidas separadas de la discusión crítica hagiográfica, prefiriendo considerar la figura del santo como un todo orgánico, con introducción, textos y comentario. Con ayuda del padre G. Henschen (o Henskens) consiguió llevar a término el estudio de los santos de los 15 primeros días de enero, publicando los dos primeros tomos de las actas de los santos en 1643. Afortunadamente para los dos jesuitas, se unió a ellos un tercer colaborador, el padre D. Papenbroeck (o Papebroch), «el mayor ingenio de los bolandistas», que trabajó intensamente en los santos de marzo y prosiguió con admirable energía hasta los de junio, logrando, junto con sus colegas, la publicación de 19 tomos de las actas de los santos.

Época post Bolland

El padre Bolland murió en 1665, por lo que la obra prosiguió bajo la dirección de otros jefes (seniores), entre los que destaca el padre Du Sollier (desde 1702) conocido por el volumen sobre el Martyrologium Usuardi, que apareció como suplemento a los volúmenes de junio; la recopilación aumentó posteriormente, llegando hasta agosto, haciéndose algo pesada por las prolongadas disquisiciones sobre los textos, en general menos cuidadas y que debilitan críticamente esta parte de la colección. Bajo la dirección del padre Stilting, todavía durante el siglo XVII, las actas de los santos lograron avanzar hasta el primer tomo de octubre, resintiéndose desfavorablemente de las vicisitudes de la comunidad, en la que, o por falta de salud o de vocación hacia la investigación, se fueron sucediendo los padres con excesiva frecuencia.
Supresión de la Compañía de Jesús
A finales de siglo, la supresión de la Compañia de Jesús por Clemente XIV (21 de julio de 1773) tuvo graves repercusiones en la sociedad de los bolandistas. Éstos debieron trasladarse a la abadía de Caudenberg en Bruselas; traslado que causó pérdidas y dispersiones de la biblioteca, hasta el punto de que, sólo con un gran esfuerzo, pudo publicarse el tomo IV de octubre. La nueva sede fue clausurada al poco tiempo y la casa y la obra fueron suprimidas el 1 de noviembre de 1788. Los bolandistas trataron de salvar los manuscritos, la biblioteca y la imprenta vendiéndoselas a los monjes premostratenses de la abadía de Tongerloo, en la que se refugiaron.
Época moderna
Al terminar la Revolución Francesa, que agravó la dispersión y ruina de la obra, se hicieron gestiones con vistas a reemprenderla; en Francia, bajo el ministro Guizot, se proyectó la fundación de una sociedad hagiográfica con el propósito de dar fin a la publicación de las actas de los santos en 1850. Reacciones y protestas de los ambientes belgas tuvieron como consecuencia la reconstitución de la sociedad de los bolandistas en Bruselas, que se alojó en el Colegio de San Miguel en 1875.
Esta fase de renacimiento está dominada por la figura del padre V. de Buck (1817-1876), experto arqueólogo y teólogo del Concilio Vaticano I, que supo imprimir al trabajo un ritmo vigoroso y favoreció los estudios e investigaciones especiales, destinadas a completar las actas de los santos, por ejemplo, la edición crítica del Martirologio jeronimiano. La llegada del padre De Smedt en 1876 supuso un giro decisivo en la historia de la obra. Los últimos tomos del mes de noviembre, por ejemplo el quinto y el que contiene un comentario al Martirologio jeronimiano, son el fruto de la nueva dirección, bajo la cual las actas de los santos, por lo riguroso de la investigación y la seriedad crítica, pasan a figurar entre las obras más importantes de la crítica histórica contemporánea. El padre H. Delehaye fue un digno sucesor; ingresó en la asociación en 1891 y la dirigió como senior durante el trentenio 1911-1941. Su labor científica comprende los tomos de noviembre, numerosas investigaciones diseminadas en las Analecta Bollandiana, memorias y escritos diversos (más de 100), reunidas posteriormente en Mélanges d'hagiographie grecque et latine en 1966; y sobre todo una serie de estimables monografías acerca de los más profundos problemas hagiográficos, que comprenden nueve volúmenes de la colección Subsidia hagiographica, entre los que destacan los consagrados al origen del culto a los mártires, y a las leyendas hagiográficas (Acta Martyrum).

Método de trabajo
Todos los bolandistas son miembros de la Compañía de Jesús que, a la comunidad de vida religiosa, unen el trabajo y la investigación en equipo en una misma casa. La jerarquía de los asociados tiene a la cabeza un jefe como primus inter pares (senior), ayudado por un procurador y un bibliotecario. La organización del trabajo adoptó un método capaz de garantizar la publicación regular de las actas de los santos. En el primer periodo, el estudio de los santos se limitó a la hagiografía griega y latina, dejando por el momento la oriental en otras lenguas. El material era inmenso: 9.000 textos latinos, ya publicados y anotados, para someter a análisis; 1.900 griegos aún por examinar, junto con otras recopilaciones y colecciones de hagiografía, como calendarios, maritirologios, sinaxarios, menologios, pasionarios y legendarios. Además convenía ampliar el conocimiento de los textos consultando los impresos y manuscritos existentes fuera de Bélgica. Por esta razón los padres Henschen y Papenbroeck emprendieron en 1660 un largo viaje por Alemania, Italia y Francia, deteniéndose especialmente en Roma, donde pudieron consultar, además de las bibliotecas Vaticana y Valliceliana, numerosas colecciones particulares. En este viaje al que siguieron otros en 1668, 1752, y otros. pudieron reunir abundante material transcribiendo escritos en parte o en su totalidad, con la ayuda de expertos para los textos griegos. Así consiguieron más de 400 copias de manuscritos que enriquecieron los fondos de la biblioteca, repertorios y abundante correspondencia informativa. El orden del trabajo y la redacción de las actas de los santos procedían así: se elaboraba en primer lugar una lista de los santos conmemorados en cada uno de los días del calendario, investigando exhaustivamente los martirologios y documentos litúrgicos, y eliminando las conmemoraciones repetidas o equivocadas y los santos duplicados o fuera de lugar. Se confeccionaban después dos listas: una de los santos del día y otra de los praetermissi (omitidos), es decir, de los santos que se trasladaban a otro día o cuyo estudio se difería por falta de documentación. Luego se escribía la vida del santo, extrayéndola de los documentos (acta pasiones, vitae), y redactando una edición crítica: durante el primer periodo los bolandistas se limitaron a seleccionar el texto mejor entre los pocos disponibles. Las acta en lengua griega se presentaron en una traducción latina, ya existente o realizada por ellos mismos, para los santos de los dos primeros meses del año, ya que sólo en los tomos de marzo aparecieron los textos originales. Cuando faltaban los documentos biográficos se estudiaba la figura del santo, usando todo el material reunido referente a su historia y culto (sylge critica). Los textos iban acompañados de un comentario (commentarius previus) que trataba del autor, época, lugar y autenticidad.

Ediciones

Tanto por el método, como por su valor crítico, la colección merece ser dividida en dos partes, correspondientes a dos épocas diversas.

Primera época

Transcurre de 1643 a 1883 y comprende los tomos de los meses enero a octubre, que mantienen una relativa uniformidad, aunque el valor de estas páginas no es del todo homogéneo, resultando en ocasiones pesadas por causa de las disquisiciones eruditas y no siempre pertinentes. En general, la parte del commentarius, dedicada al culto del santo y que reúne los testimonios litúrgicos y monumentales o de cualquier otro tipo relacionados con la llamada gloria póstuma del santo, resultan todavía hoy de gran utilidad.

Segunda época
Desde 1883 a la actualidad, comprende los cuatro tomos de noviembre, en los cuales vienen estudiados los santos de los 10 primeros días del mes. Este grupo ha sido estudiado de acuerdo con los nuevos principios de crítica hagiográfica que introdujo el padre De Smedt en 1876:
Publicar todos los textos hagiográficos localizables, prescindiendo de su valor histórico; este principio había sido ya enunciado anteriormente, pero nunca había entrado en vigor.
La edición crítica debe basarse en el conocimiento científico y el análisis de todos los manuscritos, y debe tener en cuenta su origen y grupo, aplicando los criterios de la moderna crítica de textos.
Se ha señalado que parecen pocos los cuatro tomos de noviembre, los únicos publicados en la época neobolandista; pero ello se explica si se tiene en cuenta la cantidad de trabajo que tales exigencias críticas amontonan sobre la mesa de los bolandistas, de lo que se deriva la aparente lentitud de la publicación. También se ha señalado que el orden del calendario, estudiando las figuras aisladas, no parece responder a una mentalidad crítica y obliga además a repetir los temas y problemas hagiográficos cada vez que éstos se presentan, en lugar de haber sido tratados en conjunto, una sola vez o, al menos, en el contexto más amplio de grupos de santos, pertenecientes al mismo periodo o a un área hagiográfica común. Esta observación, aun siendo justificada, no puede variar el método, ya emprendido, de proceder según el orden del calendario. Además todavía no es posible una consideración global de muchos problemas hagiográficos, de los que no se tienen los conocimientos particulares indispensables para cualquier labor de síntesis. Por el contrario, el estudio de las figuras aisladas de los santos, tiene la ventaja de proporcionar los materiales necesarios para un futuro estudio global.

Otras publicaciones
El aumento del material de estudio que supuso la nueva metodología del padre De Smedt multiplicaba el trabajo, haciendo más lenta la impresión de las actas de los santos. Las investigaciones especiales proporcionaron sin embargo importantes resultados que, si bien no podían ser incluidos en las actas de los santos, merecían por otra parte ser conocidos. Surgió así en 1882 Analecta Bollandiana, publicación periódica destinada a recoger ensayos críticos, investigaciones parciales, textos inéditos y anotaciones diversas que, como un anticipo del contenido de las actas de los santos, ofrecían material auxiliar y básico y constituían, por sí mismos, una sustancial contribución a la ciencia hagiográfica. Por el mismo motivo surgieron otra serie de iniciativas científicas y editoriales. Se publicaron numerosos catálogos de códices hagiográficos de las bibliotecas de Bruselas, Paris y Roma (Catalogi codicum hagiographicorum); se redactó una valiosa lista de textos hagiográficos (Bibliotheca hagiographica latina, graeca, orientalis); finalmente se han publicado también algunos estudios monográficos que constituyen la colección Subsidia hagiographica.

Atas dos Santos ou Acta Sanctórum (2ª parte)


Continuação do texto da Wikipedia:
El Papa León XIII, que dio importantes directrices para orientar la investigación hagiográfica
Corresponde a los bolandistas el mérito de haber dado forma a esta ciencia. Nacidos y organizados durante el s. XVII en Francia, Bélgica, España e Italia, sufrieron las características de la época y se resintieron de la debilidad de la crítica de entonces. Sin embargo, comprendieron la dificultad de su empresa llena de exigencias y necesidades contrapuestas: por una parte, seleccionar y entresacar lo auténtico de la intrincada selva de leyendas, tradiciones y cultos abusivos, desordenada y arbitrariamente desarrollados, acerca del sepulcro y reliquias de los mártires; por otra, llevar a cabo tal operación sin ofender los sentimientos, estratificados con el curso del tiempo, de la fe y devoción populares.
A partir de la introducción en la hagiografía de los principios críticos historiográficos, los textos literarios, los testimonios del culto, los monumentos iconográficos y litúrgicos sufrieron una criba y valoración conforme al programa enunciado en aquel momento por León XIII a los estudiosos de temas históricos (18 de agosto de 1883): nihil falsi audeat, nihil veri non audeat. La aplicación de este método ha podido dar la impresión de una crítica exagerada (hipercrítica) o de una especie de corriente iconoclasta que se abatiera sobre la devoción del pueblo hacia los santos, sin embargo, para la ciencia hagiográfica es inadmisible la aceptación crédula y acrítica de todas las historias y tradiciones populares referentes a los santos, pues, según ella, se corre el riesgo de confundir religión con superstición. Con el fin de dotar definitivamente a la investigación hagiográfica de un método seguro, H. Delehaye ha establecido que deben correlacionarse los estudios sobre los textos literarios con las investigaciones referentes a los documentos del culto, aplicando el criterio según el cual la existencia de antiguos testimonios de veneración es de importancia fundamental, aunque no exclusiva en orden a la autenticidad del mártir. Se trata de la doctrina llamada de las coordenadas hagiográficas, cronología y topografía que, cuando pueden ser establecidas con seguridad, fijan en la historia la figura del santo.
Mediante un procedimiento semejante es posible llegar a encontrar los orígenes del culto. Hasta los s. IV y s. V la celebración de un mártir o de un santo, limitada por lo general al ámbito de la iglesia local, se fijaba en el día del aniversario de su muerte (depositio, dies natalis) y se señalaba en el calendario, indicando el lugar donde se llevaba a cabo la conmemoración, el mes y el día: así se hacía en Roma, Cartago y otras Iglesias durante el s. III. Posteriormente, durante los s. V y s. VI, dichas celebraciones se reunieron en el Martirologio jeronimiano, que incluyó numerosos calendarios locales procedentes de Italia, África, España y la Galia, que han llegado así hasta nosotros. De esta manera cuando, sobre la base de los documentos, la hagiografía logra recomponer los datos antiguos del culto, podemos afirmar que la auténtica figura del mártir queda también reconstruida. En resumen, la crítica hagiográfica practicada en las actas de los santos analiza los diversos testimonios acerca de un mártir o santo con el objeto de llegar a conocer la antigüedad de su culto, derivando de ella, al mismo tiempo, su autenticidad. No siempre los testimonios concuerdan y a menudo los textos literarios utilizados pueden prevalecer sobre los datos referentes al culto. Pero las «historias de los santos» que hallamos en tales textos, no deben confundirse con la documentación, como tampoco el carácter legendario de las pasiones está en contraposición con el valor histórico del santo: la historicidad del mártir no depende necesariamente de la autenticidad de los documentos.

Bibliografía

H. DELEHAYE, A travers trois siécles. L'oeuvre des Bollandistes (1615-1915), Bruselas 1959;
P. PETERS, L'oeuvre des Bollandistes, 2 ed. Bruselas 1961;
S. PRETE, L'origine del'agiogralia: i Bollandisti, «Convivium» (1948) 380405;
R. AIGRAIN, L'hagiographie, ses sources, ses méthodes, son histoire, París 1953;
Repertorium Fontium historiae Medii Aevi, «Istituto Storico italiano per il Medio Evo», I, Roma 1962, 16 ss.
El contenido de este artículo incorpora material de la Gran Enciclopedia que mediante una autorización permitió agregar contenidos y publicarlos bajo licencia GFDL. La autorización fue revocada en abril de 2008, así que no se debe añadir más contenido de esta enciclopedia.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Os Bolandistas e a Hagiologia

Os Bolandistas são um ramo dos jesuítas que tira seu nome do seu fundador, o padre jesuíta belga Jean Bolland (1596-1665). Os Sites http://www.kbr.be/~socboll/ e http://www.newadvent.org/cathen/02630a.htm divulgam alguns trabalhos da sociedade.
Esta sociedade de padres foi constituída com a finalidade científica de recolher e submeter a exame crítico toda a literatura hagiográfica existente, completando o que haviam omitido os antigos compiladores, valorizando as fontes relativas aos santos a que se referem os martirológios, distinguindo os dados historicamente verdadeiros dos falsos e lendários, reconstruindo assim a história e a espiritualidade dos que a Igreja reconhece como santos e beatos. O precursor dos bolandistas foi Heriberto Rosweyde (1564-1629). Sua herança foi recolhida pelo padre Jean Bolland. Este sacerdote modificou seu plano inicial, aperfeiçoando-o com a ajuda de Henscken (1601-1681).
Sua obra maior tem por título ACTA SANCTORUM (Feitos dos Santos), uma coleção que em 1867 já contava com treze volumes, e que foi reeditada várias vezes. A publicação das Acta Sanctorum foi iniciada em 1643, com os volumes dos santos do mês de janeiro, sendo, então, muito apreciada, inclusive por parte dos protestantes. Em 1723, com a supressão da Companhia de Jesus, foram interrompidas as atividades. Depois da supressão, o abade e a comunidade de Cônegos Premonstratenses da Abadia de Tongerloo, na província de Amberes, na Bélgica, empreenderam todos os esforços para continuar a publicação dos Acta Sanctorum e ANALECTA BELGICA, sendo que quatro de seus cônegos colaboraram com os antigos bolandistas nesta gigantesca publicação. A sociedade dos padres bolandistas foi reconstituída entre 1836 e 1838, e em 1845 foi editado o primeiro volume do novo grupo. Em 1882 teve início a publicação dos ANALECTA BOLLANDIANA ou ANALECTA BELGICA. Em 1891 surgiu o Boletim de Publicações Hagiográficas. E desde 1896 têm eles publicado uma série intitulada Subsidia Hagiographica. O grupo dos Bolandistas sofreu perseguições, principalmente quando da supressão dos jesuítas, mas sobreviveu a todas elas. Por suas mãos têm passado todos os martirológios. Esses padres jesuítas, grandes historiadores, que subvencionados pelo reino da Bélgica, há três séculos vêm pesquisando a Hagiografia de modo irrefutável. Atualmente existem núcleos na Bélgica e em Roma, junto à Congregação para as Causas dos Santos. Para conhecer a Congregação para as Causas dos Santos, ver o Site do Vaticano: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/csaints/index_po.htm

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolandistas (acesso: 09/10/2008)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Os pensadores e a santidade

A auréola da santidade sempre encantou as grandes inteligências curiosas da verdade e sempre empolgou os grandes corações amantes da beleza.
O filósofo Henri Bergson passou anos a fio tentando decifrar a essência da mística cristã, que sempre o encheu de admiração. O psicólogo Carl Gustavo Jung descobre o “inconsciente coletivo” envolvido na luminosidade do “numinoso”, única manifestação natural do consciente divino. O romancista Leon Bloy só encontra uma causa para explicar nossa infelicidade: a de não sermos santos. O antropólogo jesuítaTeilhard de Chardin descreve o “meio divino” como o único ambiente propício para que o homem possa encontrar sentido em sua existência terrena. O genial poeta Dante Alighieri conclui sua belíssima Divina Comédia com um verso imortal exaltando o infinito Amor Criador, “Che muove il sol e l’altre stelle”.
O teólogo protestante Paul Tillich ensina que “somente o que é santo pode interessar ao homem de maneira absoluta, e só o que interessa ao homem de maneira absoluta possui o sinal da santidade”.
O teólogo católico Hans Urs Von Balthasar afirma que os santos são a mais importante interpretação do Evangelho, porque são interpretações encarnadas da Palavra de Deus encarnada, “que se fez carne para habitar entre nós”.
Conhecer a vida dos santos é garimpar preciosidades morais e espirituais, que brotam dos aluviões auríferos, escondidos nos rios mais profundos da alma humana purificados pela graça divina.
O saudoso poeta-monge Dom Marcos Barbosa, OSB, na perspicácia de sua meditação beneditina, descobre tesouros de santidade no "sim" de Maria, nas lágrimas de Pedro, nas viagens de Paulo, no sangue de Estevão, na ternura de Inês, na Regra de Bento, na lição de Tomás.
No meado do século passado, tornou-se best-seller o livro de Fülop Miller intitulado “Os santos que abalaram o mundo”, onde ressalta a renúncia de Antão, a inteligência de Agostinho, o amor de Francisco de Assis, a força de vontade de Inácio de Loiola e o êxtase místico de Teresa d’Ávila.

Hagiologia no Brasil e no mundo

Apenas principiantes no Brasil, é na Bélgica onde os estudos de hagiologia estão mais desenvolvidos e organizados, graças à iniciativa pioneira dos chamados bolandistas, equipe de padres jesuítas que, desde o início do século XVII, dedicam-se ao estudo e à publicação das “Acta Sanctorum”, coleção valiosa de obras resultantes das pesquisas realizadas em vasta documentação primária. Hoje em dia, a “Societé de Bollandistes” de Bruxelas trabalha em estreita parceria com o “Atelier Belge d’Études sur la Sainteté” da Universidade de Namur, que publica um boletim anual intitulado “Litterae Hagiologicae”. Ver o Site:http://www.fundp.ac.be/philo_lettres/histoire/a00.htm
Na Itália, funciona junto à Universidade de Roma a “Associazione Italiana per lo Studio dei Santi, dei Culti e dell’Agiografia” (AISSCA), que promove cursos acadêmicos e freqüentes seminários. Ver o Site: http://www.aissca.it/aissca/associazione/associazione.html
A Academia Brasileira de Hagiologia, fundada em 2004, em Fortaleza/CE, e agora nossa Academia Mineira de Hagiologia – AMHAGI, fundada trabalham sob os melhores auspícios e, na certeza da intercessão de todos os santos e santas, promete um futuro de muitas realizações e de proveitosos serviços que, sem dúvida, serão prestados à cultura nacional.

O que é Hagiologia?

Dizendo de modo simples, podemos dizer que Hagiologia é o estudo sobre os santos. Como disse Pe. Francisco Sadoc, em seu discurso na instalação da Academia Brasileira de Hagiologia (ver: www.hagiologia.org.br), mediante o estudo da Hagiologia, nossa limitada inteligência tenta alcançar as zinas da perfeição humana, até ao mais alto grau aonde possa subir o poder do desenvolvimento ontológico da pessoa. Para obter tal objetivo, faz-se necessário profunda pesquisa que siga em duas direções: uma horizontal, rumo à compreensão da plenitude aberta ao homem para ser ele mesmo, e outra vertical, para chegar ao pleno conhecimento da natureza participativa daquele atributo essencial de Deus, que é a santidade entendida como revelação de sua glória.
A idéia de que a santidade é o atributo identificador da essência divina já foi defendida e explicada pelo gênio oratório do padre Antonio Vieira no célebre sermão, pronunciado em Lisboa, no mosteiro de Odivelas, no dia de Todos-os-Santos do ano de 1644, quando assim proclamou: “é perfeição em Deus por ser eterno, porque eternamente santo; por isso é perfeição o ser imenso, porque é imensamente santo; por isso é perfeição por ser infinito, porque é infinitamente santo; por isso é perfeição o ser onipotente, porque é todo-podoresamente Santo”.
O significado desse atributo é expresso na língua hebraica pela raiz kdsh, que é polissênico e tem forma substantiva (qôdes) e forma adjetiva (qadosh) com sentido básico de separado ou distinto do comum. No uso popular, porém, a palavra incorporou a referência a tudo o que é divino, sagrado, numinoso. Para exprimir estas mesmas idéias, o grego bíblico assumiu o emprego do adjetivo “hágios”.
Tudo o que é santo neste mundo, o é por participação da única santidade de Deus. A santidade dos santos é, portanto, a mesma santidade de Deus por eles participada. Já nos recuados tempos do Levítico, o próprio Deus mandou a Moisés e Aarão que transmitissem tal doutrina aos israelitas: “Eu sou Javé, o Deus de vocês. E vocês foram santificados e se tornaram santos, porque eu sou santo”. (Lv 11,44)
“Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”. (Mt 5, 48).